terça-feira, 28 de setembro de 2010

30 de fevereiro

Verifiquei minhas últimas memórias
Uma busca detalhada dos entalhes do teu nome
Na perpétua tradição de chorar as testemunhas
Lágrimas que saúdam a solidão

Você morreu ou ainda caminha?
Valsa em alguma vida dessas
Solta num hálito dormido ou numa nuca lisa
Desnuda de dançarina noturna

Onde tu estas agora?
Na casca de uma árvore, no traço do desenho
Porque de onde estou só vejo a solides da redundância
Perdida no martírio

O remanescente do teu nome é o choro
Que bate nas paredes e me voltam como pedidos
Você se deu ao trabalho de me chamar de teu
E me sobra a embriagues do romântico escrupuloso e ultrapassado

Sou só nome e eco da silaba perdida
Do traço que foi curva e reta numa só letra
Você usou em titulo e poema o que meus olhos expressavam
E agora me deixa em um rascunho amarelado pelo tempo

Onde tu foste que me deixou no vácuo?
Na embriagues sórdida da noite
No sereno roxo que alimenta o vicio
Na cena da morte que me leva em casa.

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