Mamilo trovador
vai entende...
segunda-feira, 11 de outubro de 2010
terça-feira, 5 de outubro de 2010
Doudos infelizes
Todos remetendo suas cartas
Doudos todos eles que lêem minhas contas
Todos doudos de pedra
Eu da janela lhos vejo
São doudos de douduras mil
E mal sabem serem
Pois quanto mais são mais doudo é
E pro são basta crer ser
E deixar de lado a doudora
Que d’outrora me as lembranças
Que um dia fui doudo
Mas esqueci
Todos remetendo suas cartas
Doudos todos eles que lêem minhas contas
Todos doudos de pedra
Eu da janela lhos vejo
São doudos de douduras mil
E mal sabem serem
Pois quanto mais são mais doudo é
E pro são basta crer ser
E deixar de lado a doudora
Que d’outrora me as lembranças
Que um dia fui doudo
Mas esqueci
terça-feira, 28 de setembro de 2010
30 de fevereiro
Verifiquei minhas últimas memórias
Uma busca detalhada dos entalhes do teu nome
Na perpétua tradição de chorar as testemunhas
Lágrimas que saúdam a solidão
Você morreu ou ainda caminha?
Valsa em alguma vida dessas
Solta num hálito dormido ou numa nuca lisa
Desnuda de dançarina noturna
Onde tu estas agora?
Na casca de uma árvore, no traço do desenho
Porque de onde estou só vejo a solides da redundância
Perdida no martírio
O remanescente do teu nome é o choro
Que bate nas paredes e me voltam como pedidos
Você se deu ao trabalho de me chamar de teu
E me sobra a embriagues do romântico escrupuloso e ultrapassado
Sou só nome e eco da silaba perdida
Do traço que foi curva e reta numa só letra
Você usou em titulo e poema o que meus olhos expressavam
E agora me deixa em um rascunho amarelado pelo tempo
Onde tu foste que me deixou no vácuo?
Na embriagues sórdida da noite
No sereno roxo que alimenta o vicio
Na cena da morte que me leva em casa.
Uma busca detalhada dos entalhes do teu nome
Na perpétua tradição de chorar as testemunhas
Lágrimas que saúdam a solidão
Você morreu ou ainda caminha?
Valsa em alguma vida dessas
Solta num hálito dormido ou numa nuca lisa
Desnuda de dançarina noturna
Onde tu estas agora?
Na casca de uma árvore, no traço do desenho
Porque de onde estou só vejo a solides da redundância
Perdida no martírio
O remanescente do teu nome é o choro
Que bate nas paredes e me voltam como pedidos
Você se deu ao trabalho de me chamar de teu
E me sobra a embriagues do romântico escrupuloso e ultrapassado
Sou só nome e eco da silaba perdida
Do traço que foi curva e reta numa só letra
Você usou em titulo e poema o que meus olhos expressavam
E agora me deixa em um rascunho amarelado pelo tempo
Onde tu foste que me deixou no vácuo?
Na embriagues sórdida da noite
No sereno roxo que alimenta o vicio
Na cena da morte que me leva em casa.
quinta-feira, 26 de agosto de 2010
Pronome acolá
Uma vez eu tive os sonhos dentro de uma caixa preta
Viviam remexendo meu interior do interior da caixa
Alguns viviam em palhaços que metiam medo no escuro
Outros em seus campos verdes arados de pequenas flores
Mas eu perdi os meados das fábulas, sendo que era uma vez
Um final feliz que eu percebi estarem solitários tão próximos
Eu não pude pedir para contarem novamente, estava mudo
Sem meu mundo de verdade e banhado a sonhos presos
Uma noite sem contexto, o sol refletia o verso solto
E redonda no céu uma lua expressionista sorria a volta
Como um grito, sugando para o vácuo, escolheu um eu
De mim se fora aquela vida contente e me sobraram nós
Éramos normais sem eu, mas faltava aquele sorriso
Não sonhávamos mais com as cores vivas ou palhaços medonhos
Éramos o que tínhamos de ser se estivéssemos mortos
Então morremos deveras vezes em pesadelos diversos
Mas ainda naquela caixa viviam partes que um eu sonhou
E delas vieram às guerras de comida, canhões de purê
Os mergulhos obscuros nos lagos perdidos, água vermelha
Vieram os cantores poetas e atores, todos, homens e mulheres
Então nós começamos a escrever nossos sonhos
Em pequenos versos sem rima, e por isso, desritimados
Todos em palavras pequenas ou até mesmo gigantescas
Mas escrevíamos o único de nós que faltava, um eu acolá
Fora do papel ainda viviam os devaneios do nosso pronome
Sonhávamos ainda em uma primeira pessoa tão distante
Mas não perdemos nossa fé única e verdadeira, uma mágica
Um dia veio o que faltava em um ponto final, ponto
Era uma vez um conjunto, tão junto que era um
Fragmentos de gente e todos juntos, a gente, eram eu
Viviam de sonhos narrados por outros e por todos
Mas descobriram serem narrador e narrado
E viveram em singular feliz para sempre
Viviam remexendo meu interior do interior da caixa
Alguns viviam em palhaços que metiam medo no escuro
Outros em seus campos verdes arados de pequenas flores
Mas eu perdi os meados das fábulas, sendo que era uma vez
Um final feliz que eu percebi estarem solitários tão próximos
Eu não pude pedir para contarem novamente, estava mudo
Sem meu mundo de verdade e banhado a sonhos presos
Uma noite sem contexto, o sol refletia o verso solto
E redonda no céu uma lua expressionista sorria a volta
Como um grito, sugando para o vácuo, escolheu um eu
De mim se fora aquela vida contente e me sobraram nós
Éramos normais sem eu, mas faltava aquele sorriso
Não sonhávamos mais com as cores vivas ou palhaços medonhos
Éramos o que tínhamos de ser se estivéssemos mortos
Então morremos deveras vezes em pesadelos diversos
Mas ainda naquela caixa viviam partes que um eu sonhou
E delas vieram às guerras de comida, canhões de purê
Os mergulhos obscuros nos lagos perdidos, água vermelha
Vieram os cantores poetas e atores, todos, homens e mulheres
Então nós começamos a escrever nossos sonhos
Em pequenos versos sem rima, e por isso, desritimados
Todos em palavras pequenas ou até mesmo gigantescas
Mas escrevíamos o único de nós que faltava, um eu acolá
Fora do papel ainda viviam os devaneios do nosso pronome
Sonhávamos ainda em uma primeira pessoa tão distante
Mas não perdemos nossa fé única e verdadeira, uma mágica
Um dia veio o que faltava em um ponto final, ponto
Era uma vez um conjunto, tão junto que era um
Fragmentos de gente e todos juntos, a gente, eram eu
Viviam de sonhos narrados por outros e por todos
Mas descobriram serem narrador e narrado
E viveram em singular feliz para sempre
quinta-feira, 22 de julho de 2010
Móbile
A mão pequena, muito pequena
Tenta, puxa o ar, espalma contra o teto
Não chora, mas geme enquanto rola pelo berço
E vê lá no alto alguns pássaros que circulam
Os olhos grandes, muito grandes
Acompanham, rodam em suas orbitas
É de uma cor esmeralda, talvez jade
E quando ele mira alguma coisa sorri bobo
A boca é gigante, muito gigante
Sorri, chora e para, como se abocanhasse o mundo
Tenta falar e não consegue ainda, só rola enquanto segue os pássaros
Sempre em circulo, olhos e boca acompanhando
E a palavra é boba, muito boba
Nesse instante banal e importante
Ele balbucia uma palavra que encanta ele mesmo
Um “pipiu” bate asas de sua boca enquanto os do teto migram
Tenta, puxa o ar, espalma contra o teto
Não chora, mas geme enquanto rola pelo berço
E vê lá no alto alguns pássaros que circulam
Os olhos grandes, muito grandes
Acompanham, rodam em suas orbitas
É de uma cor esmeralda, talvez jade
E quando ele mira alguma coisa sorri bobo
A boca é gigante, muito gigante
Sorri, chora e para, como se abocanhasse o mundo
Tenta falar e não consegue ainda, só rola enquanto segue os pássaros
Sempre em circulo, olhos e boca acompanhando
E a palavra é boba, muito boba
Nesse instante banal e importante
Ele balbucia uma palavra que encanta ele mesmo
Um “pipiu” bate asas de sua boca enquanto os do teto migram
terça-feira, 6 de julho de 2010
Colisão
Dentro de um carro em movimento que segue para o norte sem previsão de parada. Meus olhos notam cada carro com uma visceral descrição de seus ocupantes, e em uma dessas descrições esta ela. O carro já veio e voltou em uma brincadeira decepcionante de quem toma a ponta da fila. Ela tem os olhos castanhos e sempre notamo-nos quando passamos, como uma bala disparada, um pelo outro. Ela tem nome, todos têm, o dela estava em uma folha pautada colada no vidro do carro, escondendo um sorriso bobo, quase infantil, e deixando a mostra as pontas roídas dos dedos contrastando com o cantinho da folha branca. Eu fiz o mesmo. Peguei meu caderno verde, risquei meu nome, esperei um sinal de que ultrapassaríamos o veiculo em que ela estava e colei meu nome no vidro. Depois disso um diálogo extremamente demorado...
“Fulana”
“Fulano”
“Gosto de você”
“Gosto dos seus olhos”
“Posso te encontrar?”
“Pode, mas como?”
“Não faço idéia”
“Pra onde vai?”
“Norte”
“Eu também”
“E se for nossa única conversa?”
“Ai mesmo assim te amei”
“Amei você também Fulano”
“Tchau Fulana...”
“Fulana”
“Fulano”
“Gosto de você”
“Gosto dos seus olhos”
“Posso te encontrar?”
“Pode, mas como?”
“Não faço idéia”
“Pra onde vai?”
“Norte”
“Eu também”
“E se for nossa única conversa?”
“Ai mesmo assim te amei”
“Amei você também Fulano”
“Tchau Fulana...”
quinta-feira, 1 de julho de 2010
A poça
Uma nuvem passou pela poça, nublada, cinzenta, os olhos do pequeno acompanharam a sua passada durante todos os longos minutos. Depois olhou para cima e não achou a nuvem. Coçou os cabelos finos, bagunçando a cabeleira fina, e voltou a olhar a poça. Agora passava um passarinho, depois outro, então um bando deles, batendo asas sem parar, num frenesi silencioso. Rapidamente o pequeno subiu seu olhar buscando os pássaros que migravam com pressa, mas não achou. Coçou, bagunçando ainda mais, a cabeleira fina, negra e longa. Apertou os olhos verdes contra o sol, depois voltou para a poça, e logo pintou seu rosto em uma grande interrogação, procurando na poça um sol que não existia... A poça estava chovendo, grandes raios explodiam em clarões na poça, no buraco feito de água que escondia um mundo privado. Ele ficou de cócoras, observando os ventos, os pássaros e os clarões. Depois olhou para cima novamente buscando o sol... Levantou e saiu em disparada em direção a uma bola. Voltou, caminhando devagar, procurando na água aquelas pinturas intrigantes. Parou por alguns poucos segundos, e logo gritou, já em uma nova dispara, um “já achei!”.
Assinar:
Postagens (Atom)